terça-feira, 9 de agosto de 2011

Tudo Deu Errado: Uma Comédia Brasileira

Se você não leu nenhuma crítica e está pesquisando filmes para assistir no cinema, uma forma de selecionar é verificar as cotações estreladas dos jornais e escolher aqueles que são honrados com mais estrelas. Algo comum, não é mesmo? Foi exatamente assim que acabei por comprar os ingressos do filme brasileiro Não se preocupe, nada vai dar certo (Brasil, 2011, dirigido por Hugo Carvana, com Tarsício Meira, Flávia Alessandra, Gregório Duvivier e Hugo Carvana)
O filme conta a estória de Lalau (Meira) que viaja com seu filho (Duvivier) pelo belo litoral cearense, apresentando shows para pequenas comunidades. Lalau, por sua vez, ocupa grande parte de seu tempo aplicando pequenos e rentáveis golpes, de briga de galos até falsificação de estimulantes sexuais. O filho de Lalau acaba no Rio de Janeiro (fugindo do pai), pago por uma bela relações públicas (Flávia Alessandra), fingindo ser um guru indiano. Seu pai acaba descobrindo o paradeiro do filho e para o Rio também segue. Aí uma trama se desenvolve com um desfecho previsível e favorável aos picaretas, é claro!
A estória original é de Carvana (cujo nome original da obra é O Homem de Mil Disfarces) e o roteiro é de Paulo Halm.
Eis um filme que consegue somar uma produção bastante razoável e uma quantidade incrível de erros, piadas sem graça, interpretações sofríveis, som caudaloso e assim vai. Chega a ser comovente ver um rol de artistas brasileiros renomados reunidos em torno de uma obra desastrada sob o ritmo da música de Edu Lobo - a música também é inaudível para ouvidos que tenham auto-estima.
Para quem seguiu as estrelas dos jornais, só resta uma boa dose de paciência. Isso pode ser conseguido por meio da tentativa de descobrir alguma piada interessante. Uma tarefa vã.
Fiquei pensando como e porque esta obra trágica e nada cômica chegou a ser realizada. De fato, não sei. Mas, fiquei imaginando que a resposta poderia estar nos logotipos que ilustram a abertura do filme: Petrobrás, BNDES, etc. Foi destes cofres que saiu parte da grana que permitiu a chegada do filme às telas. Será que Carvana, Meira et caterva estavam cansados de ver filmes brasileiros (bons e ruins) faturando alto e quiseram ganhar o seu quinhão? Bem, esta é apenas uma especulação sem maiores consequências, além daquelas provocadas sobre os cofres estatais.
Há, por último, o mistério das estrelas numerosas nas cotações de alguns jornais. Será que foi erro de impressão? Será que há um "agente infiltrado" da parte de Carvana nas redações da imprensa? Ou será que são estrelas cadentes? As perguntas ficarão sem resposta. Mesmo assim, uma coisa é certa: o título do filme é perfeito... A coisa não pode dar certo. Mesmo.

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