domingo, 13 de dezembro de 2009

Clima: Mudar Completamente o Sistema Econômico

Por estes dias, a mídia mundial está a fazer alertas seguidos e inquietantes em relação à mudança do clima e o contexto de múltiplos interesses desembarcados em Copenhague. Há probabilidade elevada de o tal do “encontro do clima” fracassar. Há alguns que colocam como manchete midiática períodos simples e compostos tais como “uma semana para salvar a terra”. Ora, quem sou eu a rejeitar quaisquer destes alertas. Ao contrário: se me parece impossível estimar a extensão dos efeitos do aquecimento da terra, acredito que o sentido destes efeitos é muito provável e já presente.Todavia, tenho para mim que o “fracasso” deste tipo de evento se deve a um fator um pouco mais estrutural. Sinceramente, não acredito em nada que seja meramente cosmético quando se trata de sustentabilidade. A mudança do destino do aquecimento implica numa revisão completa do sistema econômico como um todo. Bom, isto pode ser realizado passo a passo, mas o tamanho do passo implica em proporcional impacto sobre o planeta. Maiores reformas econômicas, melhores possibilidades para o planeta. E, infelizmente, vice-versa.
O atual modelo capitalista de produção e consumo é absolutamente incompatível com a sustentabilidade. Qualquer visão “adaptativa” requer muita explicação para no final se retornar ao ponto inicial: o modelo tem de ser completamente mudado. Basta verificarmos que se a China, sob uma ditadura infernal que atrai as atenções do mundo, alcançar o padrão médio de vida do americano, o mundo simplesmente acaba. Não há recursos naturais disponíveis para isto. O assustador é que a discussão toda não passa por esta reflexão, muito embora ela seja a essência do problema.
Não perco tempo com previsões, essas fazem parte da alegoria dos comentaristas e pensadores, hoje providos de computadores e modelos espetaculares. A verdade é que a revisão das previsões já feitas em todos os tempos nos leva a concluir que quase todas foram para o fundo da gaveta e sequer apareceram na realidade.
Os marxistas do começo do século XX apostaram na exclusão como catalisador do processo revolucionário. Bem, o império soviético caiu e as moças de Moscou preferem usar a moda capitalista do ocidente. Os liberais apostaram na alocação eficiente dos recursos econômicos. Nunca se viu em um século tanta crise, inclusive sistêmicas. Tudo fruto da ineficiência do tal do “mercado”. Os social-democratas, coitados, acreditaram no meio termo. O que se viu é a sua política caindo de vez em quando para o liberalismo (vide Tony Blair) e outro tanto para o populismo de esquerda ou de direita. Hoje são o big nothing político do mundo. No século XX caíram cinco impérios (cinco!): o Austro-Húngaro, o Britânico, o Otomano, o Alemão e o Soviético. Em maior ou menor medida todos eles tiveram pretensões de dominação e preponderância política e econômica. A história não se repete, mas o declínio da América deveria implicar em um ajuste mais linear de todo o sistema econômico. Quem ganha com isto: a ecologia.
Copenhague é apenas um (importante) evento. Todavia, somente um sistema econômico mais solidário assegurará sobrevivência ao planeta. Uma revisão completa do processo de produção, investimento, monetário e de emprego é urgente. Isto não é mais parte de uma utopia, mas de uma necessidade. Ora, alguém sempre levantará a voz e dirá que “isto é impossível”. Pois que fique sabendo que sem isto é o fim mesmo. Não porque estejamos a prever isto, mas porque isto já está a acontecer.

Um comentário:

siri disse...

boa tarde, sr. Francisco, meu nome é Daniel e estou focado em ajudar a mudar o sistema econômico deste país, quero ser um elo desta corrente, e vejo que se nos unirmos poderemos ter mais força.
http://sistemaaltruista.blogspot.com/
este é meu blog
meu email é delcfaria@gmail.com

meu cel 11 63653755

muitíssimo obrigado pela cooperação que vc com as suas palavras faz para o mundo!