domingo, 6 de dezembro de 2009

Os Dois Derrotados do Brasileirão.

Convenhamos. Este campeonato brasileiro foi marcado pelo martírio de seus líderes ao longo da competição, sobretudo nesta fase final, e deste martírio surgiram os vitoriosos. Os derrotados empurraram seus concorrentes para cima, enquanto os vitoriosos mal se seguravam na ponta da tabela. Do meu ponto de vista, o Palmeiras foi o time que apresentou um padrão de jogo mais elegante, com mais talento individual e mais esquema de jogo. Foi vítima de  múltiplos defeitos isolados em uma seqüência de jogos. Há aqueles comentaristas que tecem longos comentários negativos sobre o esquema elaborado por Muricy Ramalho. Todavia, a verdade é que o Palestra Itália foi, a meu ver, o único time que de facto ambicionou um padrão de jogo próprio e de bom nível.  Ficou tristemente fora da Libertadores da América. Os outros times que freqüentaram a ponta da tabela foram inconstantes não somente nos resultados -como o Palmeiras -, mas também no seu padrão de jogo. Incluso aí o meu querido tricolor do Morumbi.
Há, contudo, dois grandes derrotados a cair por terra: o primeiro é a crônica esportiva e seus comentários infelizes, suas previsões incompetentes e a falta de coragem em enfrentar as estruturas arcaicas do futebol brasileiro. Mal se falou de Ricardo Teixeira, o verdadeiro déspota da arte esportiva bretã. Ele que trabalhou intensamente pela manutenção dos times cariocas na primeira divisão e pela vitória do Flamengo. O segundo é a arbitragem, esta sempre a serviço da incompetência, da sedução pela sua própria imagem e pela submissão às estruturas do poder sobre as quais falamos acima. A arbitragem decidiu jogos, construiu faltas inexistentes, puniu sem razão e foi dócil quando deveria ser dura. 
A arbitragem merece ter uma crônica como esta no seu encalço.
A vitória do Flamengo é daquelas coisas que revelam o enorme cinismo na discussão do futebol. "O povão venceu" dirá a tigrada da crônica. Certo, porém, é que esta vitória esconde as vísceras podres do país que sediará a Copa de 2014. Lamento. Por amor ao futebol do qual gosto mais que meu próprio time.

Um comentário:

Unknown disse...

Realmente este ano foi fantástico para quem gosta de futebol. Mesmo que seu time não estivesse entre os que postulavam na fase derradeira ao título, ficaram entusiasmados com tanta adrenalina futebolística. Venceu o time mais aguerrido, mais tático, mais empolgante e principalmente o time MAIS BRASILEIRO. Não há nada mais Brasil do que o Flamengo, convenhamos!
Aproveito o ensejo para desejar longa vida (e polêmicas) para o seu blog.
Renato Ganhito